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Day e Lotus

13/11/2018


Se teve um momento do grande dia, em que a Day e o Lotus foram apenas noivos e não decoradores, floristas, montadores, organizadores, carregadores de material, esse momento foi a cerimônia. Sim, porque eles também trabalham com eventos, fazem as decorações mais lindas e coloridas e antes de se vestirem de noivo e noiva, estavam no jardim colocando a mão na massa. Eles são assim. Apaixonados pelo que fazem. Não ia ser diferente no dia deles.

Mas eu queria muito que a cerimônia fosse, pra eles, aquele momento fora do tempo e do espaço, em que se deixa de lado qualquer preocupação, até mesmo aquela importante pra um casamento ao ar livre – “será que o sol vai vir ou não?” –, pois bem, ele veio e completou o cenário desse casal luminoso.

 

Day e Lotus se conheceram na academia e não se gostaram de cara, não. Ela achava ele muito falante. Ele a achava metida demais. Com o tempo, tiveram a chance de refazer essa primeira impressão. E eu acho que se tem uma palavra que define a história deles é essa: refazer. Eles não partiram de nada pronto, eles fizeram tudo a mão. De flor em flor. De festa em festa. Do porta-malas do carro ao caminhão. Montando, desmontando, criando, refinando a criação.

Eles mudaram de trabalho, juntos, conseguiram se refazer na profissão. Refazer a família, abraçando a dela e a dele numa só mesa de Natal. Eles mudaram de apartamento, de bairro, de carro. Tiveram dois rompimentos, se perdoaram, voltaram, e tiveram fôlego pra continuar escrevendo essa história.

Daí, ano passado, bem quando eles estavam reavaliando a relação, eles assistiram a uma cerimônia em que eu celebrava. E enquanto eu falava do amor de outras pessoas, eles reconheceram, naquelas palavras, a beleza e a grandeza do amor deles dois.

Porque cada amor tem o seu jeito, mas há algo nele que é universal. O companheirismo, a vontade de estar perto. A troca. A admiração. Aquele dia foi como revirar as gavetas da própria história e ver que o amor tinha, sim, ainda muita força, muito estrada. Nunca tinha deixado de ter.

Então, a Day me escreveu contando tudo isso e falando: “fui pedida em casamento depois da sua cerimônia, tem que ser você”.

Daí a Day, com o seu vestido branco, entrou com a sua mãe.

E o Lotus, com seu terno azul royal, entrou com a sua filha.

E sabe o que isso quis dizer?

Que o amor sempre pode conduzir a gente pra um lugar de mais amor ainda. Essa é a sua lógica, essa é a sua razão de ser. E é isso que nos dá coragem e esperança pra que a gente possa ser o nosso melhor todos os dias.

Então, se em algum momento alguém fizer a seguinte pergunta pra Day e pro Lotus: Pra onde você gostaria que o amor te levasse? Seria bonito que eles lembrassem, com carinho, da nossa cerimônia, com todas aquelas pessoas em volta; com o coração transbordando de fé, alegria e orgulho da própria caminhada.

O Lotus me disse que não estaria onde está se não fosse a Day. E eu o corrigi. Você não estaria onde está se não fosse COM a Day. Parece a mesma coisa, mas não é. Com a Day. Porque esse lugar que eles ocupam é dos dois.

Que o amor seja o melhor amigo do casal, o grande companheiro, o norte, o guia. Que continue sendo real, que desperte a sua verdade, que cresça em maturidade, respeito e compaixão. E que um dia, se Deus quiser, ele possa se multiplicar ainda mais, aprender a andar e conduzir a Day e o Lotus pela mão, por um caminho ainda mais bonito e amoroso.

Sempre digo que amar é permanecer. Mas olhando pra esse casal, vou além e digo que amar é, junto com o outro, quantas vezes for necessário, saber se refazer.

Foto: Adriano Cardozo Fotografia

Vídeo: Adriano Cardozo Movies

Música da Cerimônia: Laura e os Casamenteiros

Local: Espaço La Vista

Decoração: Day e Lotus

Pintura ao vivo: Pedro da Costa